20 janeiro 2010

Dia dos namorados na Biblioteca

EXPOSIÇÃO  NA BIBLIOTECA
" Amor e Sexualidade"
Início a 12 de Fevereiro
Inserida no Projecto Educação para a saúde e sexualidade

Organização das professoras Mariana Cansado e Filomena Farinha

Dia Mundial da Poesia

DIA MUNDIAL DA POESIA

No dia 22 de Março vamos comemorar o Dia Mundial da Poesia na Biblioteca e, para tal, vamos apresentar uma GRANDE EXPOSIÇÃO de poemas feitos por alunos e professores. Entrega os teus poemas ao teu professor de Português ou na Biblioteca até dia 15 de Março. Podes assinar o teu poema ou criar um pseudónimo.
Colabora já nesta iniciativa.


19 janeiro 2010

Poetas Portugueses

FERNANDO PESSOA

Para te inspirares a escrever um poema...



AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.


Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.


In, Cruz G. (2004), Quinze Poetas Portugueses do século XX, Assírio e Alvim

........................................


SOPHIA DE MELLO B. ANDRESEN

PORQUE


Porque os outros se mascaram mas tu não

Porque os outros usam a virtude

Para comprar o que não tem perdão.

Porque os outros têm medo mas tu não.


Porque os outros são os túmulos caiados

Onde germina calada a podridão.

Porque os outros se calam mas tu não.



Porque os outros se compram e se vendem

E os seus gestos dão sempre dividendo.

Porque os outros são hábeis mas tu não.



Porque os outros vão à sombra dos abrigos

E tu vais de mãos dadas com os perigos.

Porque os outros calculam mas tu não.


in, Sena J. (1984), Líricas Portuguesas- I volume, Edições 70

...................................





 EUGÉNIO DE ANDRADE

Os Amigos


Os amigos amei

despido de ternura

fatigada;

uns iam, outros vinham,

a nenhum perguntava

porque partia,

porque ficava;

era pouco o que tinha,

pouco o que dava,

mas também só queria

partilhar

a sede de alegria —

por mais amarga.



In, Mourão P., (1981), Poemas de Eugénio de Andrade,Seara Nova



FLORBELA ESPANCA

Ser Poeta

Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!


É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!



É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...

É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...

É seres alma e sangue e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda gente!



Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
..........................








ALEXANDRE O'NEILL




                   O quotidiano "não"


Estamos todos bem servidos

de solidão.

De manhã a recolhemos

do saco, em lugar de pão.



Pão é claro que temos

(não sou exageradão)

mas esta imagem do saco

contendo um pequeno «não»



não figura nesta prosa

assim do pé para a mão,

pois o saco utilizado,

que pode ser o do pão,



recebe modestamente

a corriqueira fracção

desse alimento que é

tão distribuído, tão



a domicílio como

o leite ou o pão.

Mas esse leitor aí

(bem real!) já diz que não,



que nunca viu no tal saco

o tal «não».

Ao que o poeta responde,

sem maior desilusão:



- Para dizer a verdade,

eu também não...

Mas estava confiante

na sua imaginação



(ou na minha...) e que sentia

como eu a solidão

e quanto ela é objecto

da carinhosa atenção



de quem hoje nos fornece

o quotidiano «não»,

por todos os meios, desde

a fingida distracção,



até ao entre-parêntesis

de qualquer reclusão...


In, Cruz G. (2004), Quinze Poetas Portugueses do século XX, Assírio e Alvim









18 janeiro 2010

Livros


Quem comprou mais livros durante a FEIRA do LIVRO foi a colega Elisa Moreira.

Obrigado pela colaboração.